(...) uma boa noite a todos e a cada um.
Agradeço a presença de todos. Estou feliz por encontrar alguns
alunos, ex-alunos e seus familiares, professores e professoras.
Primeiramente, gostaria de dizer, que numa reunião, onde todos por
unanimidade resolvem me escolher para discursar (hoje, aqui, agora), fica
provado que existe gente muito mais louca do que eu.
Gostaria de começar minha fala ou discurso, dizendo que apesar das
minhas maluquices acadêmicas, da loucura das pessoas que me confiam tamanha
responsabilidade, afirmo que sou um sujeito de sorte, como bem disse o meu
eterno cantor e compositor favorito, Belchior: “presentemente eu posso me
considerar um sujeito de sorte, porque apesar de muito moço, me sinto são,
salvo e forte”.
Sorte, sujeito de sorte, sorte muita.
Em minha trajetória de vida, até aqui, pude contar com a sorte de
ter contato com muitas coisas boas, principalmente de encontrar pessoas na
caminhada que contribuíram bastante para quem sou hoje. Minha família, amigos
mais chegados que irmãos, colegas de faculdade, alunos e alunas, os mestres,
professores e professoras, os livros (os bons livros), os discos (os bons
discos) e algumas HQs.
Esse cara é mesmo maluco, deveria falar de metodologia científica, da experiência com ela como disciplina (como é lecioná-la) e da equipe responsável (cá pra nós, uma baita equipe) na UNICE.
Ok, ok! Vou falar. A metodologia cientifica é outra grande sorte
em minha vida. Sorte sim, porque gosto e me identifico com a disciplina, tenho
sorte de trabalhar com uma equipe inteligente e capacitada.
Profa. Dra. Terezinha Tartuce, obrigado.
Profa. Esp. Elisa Maria Duarte, obrigado.
Prof. Esp. Claudio Nunes, obrigado.
E de normas, vai falar? Bom, de Norma hoje eu só queria falar se
fosse da minha ilustre amiga Profa. Me. Norma (Athayde), mas acho que ele não
se encontra. Portanto, nada de Norma hoje, certo!?
Levando a coisa mais a sério, quero voltar à metodologia científica.
Bem, eu diria que ela é chata, mas é perfeita, depende do nosso estado de
espírito e do dia da semana (na sexta-feira não é bom).
Certa vez, um aluno me disse que na cadeira de metodologia
cientifica seria chato demais ter que estudar Bacon (o Francis), toda aquela
teoria sem fim da construção do conhecimento e dos pensadores. O bom mesmo
seria partir logo para o trabalho científico, ou seja, (imprimir, apresentar e
pegar o canudo). Tem até sentido, na cabeça dele, mas na minha cabeça o perfeito
era exatamente estudar esses camaradas, que tanto contribuíram para a
humanidade ter conhecimento, sem contrariar ele, concordei que às vezes ela
pode ser uma disciplina chata, como tudo nessa vida.
Em meio a isso, lembrei algumas histórias do meu avô Chico.
Meu avô materno me contava muitas “histórias de trancoso”, numa
delas ele me contou como matar formiga sem ser pisando nelas.
Ele contou que era preciso uma linha reta de açúcar de mais ou
menos 1 metro, ao final dessa linha de açúcar colocar algumas gotas de óleo ou
detergente, logo em seguida um palito de fósforo.
Igual ao meu aluno achava melhor pisar logo, resolver o problema.
Ele continuou, disse que a formiga calmamente iria comendo o
açúcar, em linha reta, quando tivesse um pouco pesada de tanto doce,
escorregaria no óleo ou detergente, bateria a cabeça no palito de fósforo e
morreria na hora de traumatismo craniano. (Algo fatal, sem tempo nenhum pra
chamar nem o SAMU das formigas).
Em outra circunstância, ele contou outra história, essa foi sobre como matar baratas. Contou que seria necessário encurralar uma das criaturas horripilantes (que tanto as mulheres têm medo) no canto de uma parede, colocar cachaça perto dela, esperar ela tomar umas doses e aguardar o álcool fazer efeito, quando a danada tiver embriagada, amarrar bem forte as patas, colocar uma bomba rasga lata ao lado (tipo barata bomba), acender e assistir ela explodindo.
Como aluno, ponderei com ele, perguntando: mas não é melhor pra evitar tudo esses métodos, passos (chatices) colocar veneno nas formigas? E nas baratas aquela velha chinelada? Ele me respondeu sorrindo: "Pode ser desse jeito também!", (risos).
Ele queria mesmo era mostrar que o chato seria só pisar, colocar
veneno pela casa inteira, que o perfeito seria seguir uma forma mais engenhosa,
um método que me faria pensar, raciocinar, criar, participar de um processo
detalhado, sentir participante “fazendo arte”, vivendo, experimentado outros
métodos, científicos ou não.
No ensino de metodologia científica, compreendi muitas das
histórias do meu avô. Entendi que o interessante é o processo, os métodos, como ela nos conduz,
brilhantemente até a conclusão de um trabalho científico. E confirma a
perfeição, mostrando que “a pesquisa é a especialização mais próxima da
educação”.
É muito importante saber que 'Informação não é conhecimento'' e
"conhecimento não é educação", entender, distinguir quem é quem.
Pesquisar, ler, analisar, questionar com fundamentos, falar sobre
um assunto com precisão, ter referências, questionar, responder, desenvolver,
argumentar bem (é conhecimento) é educação.
Educação transforma. Ensinar o aluno a distinguir conhecimento científico de outros é muito importante e servirá para o resto da vida.
E tenho sorte de (por) ensinar.
A unice é a minha casa (academicante
falando), nela me tornei Analista de Sistemas, nela exercito a docência.
Obrigado.
(*)
Discurso de representação da equipe de Metodologia Científica da
Faculdade UNICE – Ensino Superior, na colação de grau
dos formandos do Semestre 2015.1 de ADS, Farmácia, CCB e de
ADM.
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