quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ao meu Paião...

Por seus 70 Anos e sua Eternidade em Cristo.

Dia 03/04/2010 meu Paião faria 70 anos de vida entre os humanos, se não tivesse voltado para aquele que o fez, Jesus Cristo. Mesmo não mais estando entre nós com sua humanidade incomparável, quero lembrar esta data “in memorian” ao homem que um dia me deu vida, carinho único, amor verdadeiro e inigualável. O homem que me educou e disciplinou para a vida, pois com ele aprendi que a vida é para ser vivida, que viver é para valer. O homem cuja vida foi dedicada à labuta pelo pão de cada dia para seus filhos e sua mulher. O homem simples, de mãos calejadas e pele queimada pelo sol de cada dia. O homem que amei em vida aqui na terra e que amo na eterna vida. Homem que amo com todas as minhas forças e fraquezas. Homem que é e que sempre será o meu Paião.

Desde o dia de sua morte, no dia 19/03/2009, trago em meu ser uma dor quase que insofrível, um sentimento na alma o qual nunca havia sentido. É como se minha alma tivesse estraçalhada de dor, gerando em mim uma ausência quase insuportável, uma saudade a qual não posso matar em um vazio impreenchível. Bem sei que meu Paião viveu e morreu naquele que o criou, ou seja, Jesus Cristo. Bem sei que ele viveu intensamente o Cristo sem ser preciso saber o que era isto que chamam de cristianismo. Viveu o Evangelho sem a necessidade de frequentar uma sinagoga evangélica. Viveu a mente de Cristo através de sua humanidade e verdade existencial, sem ser preciso se tornar um surtado religioso.

Meu Paião partiu para Jesus Cristo com a mente virgem, pois partiu sem saber o que era clero, sinagoga, igreja sede, grandes santuários, congregação, galardão, sacrifício de fé, auto-salvação, moral cristã, santidade farisaica ou quem são os eleitos para a suposta boa obra. Partiu sem ter a marca da promessa do trazendo a arca, sem precisar falar em línguas estranhas e nem muito menos sapatear; sem precisar de água benzida no monte, sem precisar pegar na roupa do apóstolo, pai-póstolo ou pastor e nem muito menos teve que deixar alguma fotografia pregada nas paredes de determinados templos cristão-evangélicos. Partiu sem precisar nunca ter assistido ao surtado silas malafaia e outros malinhas da religião. Foi para Cristo sem estar nem um pouco preocupado com essas besteiras do circo cristão-religioso atual. Não sofreu o surto do suposto cristo e/ou “jesus” criado pela religião. Partiu sabendo o que era a essência da vida, a Palavra, Evangelho, Jesus o Cristo.

Bem sei que ele partiu em Jesus e para Jesus. Isso aconteceu não porque um dia quando eu andava como um tolo quebrando os santinhos da minha mãe, tirando os quadros do “Padim Ciço” das paredes para que todos aceitassem e confessassem o “jesus” da religião. Não porque li para ele de forma farisaica, como um mestre da lei o texto de (Romanos 10:9), não foi por causa disso não. Hoje tenho a plena certeza que assim como eu ele foi salvo pela graça de Jesus e isso não vem de nós, É DOM DE DEUS... DOM DE DEUS! NÃO VEM DE NÓS, NÃO VEM DE NÓS, É DOM DE DEUS.

Hoje sei que a Graça de Jesus já havia alcançado a vida do meu Paião desde a fundação do mundo. A vida dele foi alvo da graça de Jesus antes mesmo da religião esculhambar a minha. Bem sei que meu Paião já era filho da Graça de Jesus mesmo quando ele me dizia: “Vá com Deus e nossa senhora meu filho” e na seqüência eu religiosamente o rebatia dizendo: “Vou só com Jesus... e pare de falar assim pai”, não prestando atenção no que ele realmente me desejava do fundo do coração dele. Ah, como queria poder ouvi-lo dizer isto novamente e responder: “Amém... e assim seja Paião”.

Meu Paião, como havíamos planejado, neste dia estaríamos todos com você para comemorarmos seu aniversário, mas Deus assim não permitiu que estivéssemos presentes ao seu lado para te darmos cheiros e aquele abraço apertado e gostoso. Porém você entre nós se faz presente, quer seja em nossos corações como que estivesse estourando balões, pois o amor que sentimos por você faz os nossos corações bater mais forte. Quer seja em nossas mentes quando lembramos o ser humano que você foi e sempre será para todos nós, fazendo a nossa alma sorrir, se alegrar e dizer:

TE AMAMOS MUITÃO

E...

FELIZ ANIVERSÁRIO, PAIÃO.

De sua Velha: Mazé...

Filhos: Chicão, Nizão, Rosinha, Gelson e Gersinho.

E amigos: Todos aqueles que um dia tiveram o prazer de conhecer o ser humano incomparável, insubstituível e inesquecível,

Raimundo Crescêncio Bessa.

Meu Paião tenho certeza que vamos nos encontrar, não sei o dia nem a hora, mas sei o lugar. Sei que você está bem! Te levo no meu coração, na minha vida o tempo todo, pois o que sou hoje foi graças a ti. EU TE AMO com todas as minhas forças e fraquezas.

Um xerú gostoso do seu garoto.

Ah, como queria ouvir você me chamar: “Meu Garoto!" e dizer: "Meu filhão, meu coração".

Em luto sempre por sua causa,



Gelson Bessa:.
P.s.: Eu luto sempre por tua causa.