Dia 03/04/2010 meu Paião faria 70
anos de vida entre os humanos, se não tivesse voltado para aquele que o fez,
Jesus Cristo. Mesmo não mais estando entre nós com sua humanidade incomparável,
quero lembrar esta data “in memorian” ao homem que um dia me deu vida, carinho
único, amor verdadeiro e inigualável. O homem que me educou e disciplinou para
a vida, pois com ele aprendi que a vida é para ser vivida, que viver é para
valer. O homem cuja vida foi dedicada à labuta pelo pão de cada dia para seus
filhos e sua mulher. O homem simples, de mãos calejadas e pele queimada pelo
sol de cada dia. O homem que amei em vida aqui na terra e que amo na eterna
vida. Homem que amo com todas as minhas forças e fraquezas. Homem que é e que
sempre será o meu Paião.
Desde o
dia de sua morte, no dia 19/03/2009, trago em meu ser uma dor quase que
insofrível, um sentimento na alma o qual nunca havia sentido. É como se minha
alma tivesse estraçalhada de dor, gerando em mim uma ausência quase
insuportável, uma saudade a qual não posso matar em um vazio impreenchível. Bem
sei que meu Paião viveu e morreu naquele que o criou, ou seja, Jesus Cristo.
Bem sei que ele viveu intensamente o Cristo sem ser preciso saber o que era
isto que chamam de cristianismo. Viveu o Evangelho sem a necessidade de frequentar
uma sinagoga evangélica. Viveu a mente de Cristo através de sua humanidade e
verdade existencial, sem ser preciso se tornar um surtado religioso.
Meu Paião partiu para Jesus
Cristo com a mente virgem, pois partiu sem saber o que era clero, sinagoga,
igreja sede, grandes santuários, congregação, galardão, sacrifício de fé,
auto-salvação, moral cristã, santidade farisaica ou quem são os eleitos para a
suposta boa obra. Partiu sem ter a marca da promessa do trazendo a arca, sem
precisar falar em línguas estranhas e nem muito menos sapatear; sem precisar de
água benzida no monte, sem precisar pegar na roupa do apóstolo, pai-póstolo ou
pastor e nem muito menos teve que deixar alguma fotografia pregada nas paredes
de determinados templos cristão-evangélicos. Partiu sem precisar nunca ter
assistido ao surtado silas malafaia e outros malinhas da religião. Foi para
Cristo sem estar nem um pouco preocupado com essas besteiras do circo
cristão-religioso atual. Não sofreu o surto do suposto cristo e/ou “jesus”
criado pela religião. Partiu sabendo o que era a essência da vida, a Palavra, Evangelho,
Jesus o Cristo.
Bem sei que ele partiu em Jesus e
para Jesus. Isso aconteceu não porque um dia quando eu andava como um tolo
quebrando os santinhos da minha mãe, tirando os quadros do “Padim Ciço” das
paredes para que todos aceitassem e confessassem o “jesus” da religião. Não
porque li para ele de forma farisaica, como um mestre da lei o texto de
(Romanos 10:9), não foi por causa disso não. Hoje tenho a plena certeza que
assim como eu ele foi salvo pela graça de Jesus e isso não vem de nós, É DOM DE
DEUS... DOM DE DEUS! NÃO VEM DE NÓS, NÃO VEM DE NÓS, É DOM DE DEUS.
Hoje sei que a Graça de Jesus já
havia alcançado a vida do meu Paião desde a fundação do mundo. A vida dele foi
alvo da graça de Jesus antes mesmo da religião esculhambar a minha. Bem sei que
meu Paião já era filho da Graça de Jesus mesmo quando ele me dizia: “Vá com
Deus e nossa senhora meu filho” e na seqüência eu religiosamente o rebatia
dizendo: “Vou só com Jesus... e pare de falar assim pai”, não prestando atenção
no que ele realmente me desejava do fundo do coração dele. Ah, como queria
poder ouvi-lo dizer isto novamente e responder: “Amém... e assim seja Paião”.
Meu
Paião, como havíamos planejado, neste dia estaríamos todos com você
para comemorarmos seu aniversário, mas Deus assim não permitiu que
estivéssemos presentes ao seu lado para te darmos cheiros e aquele abraço
apertado e gostoso. Porém você entre nós se faz presente, quer seja em nossos
corações como que estivesse estourando balões, pois o amor que sentimos por
você faz os nossos corações bater mais forte. Quer seja em nossas mentes quando
lembramos o ser humano que você foi e sempre será para todos nós, fazendo a
nossa alma sorrir, se alegrar e dizer:
TE AMAMOS
MUITÃO
E...
FELIZ ANIVERSÁRIO, PAIÃO.
De sua Velha: Mazé...
Filhos: Chicão, Nizão, Rosinha,
Gelson e Gersinho.
E amigos: Todos aqueles que um dia tiveram o prazer de conhecer o
ser humano incomparável, insubstituível e inesquecível,
Raimundo Crescêncio Bessa.
Meu Paião
tenho certeza que vamos nos encontrar, não sei o dia nem a hora, mas sei o
lugar. Sei que você está bem! Te levo no meu coração, na minha vida o tempo
todo, pois o que sou hoje foi graças a ti. EU TE AMO com todas as minhas forças
e fraquezas.
Um xerú gostoso do seu garoto.
Ah, como queria ouvir você me chamar: “Meu Garoto!" e dizer:
"Meu filhão, meu coração".
Em luto sempre por sua causa,
Gelson Bessa:.
P.s.: Eu luto sempre por tua causa.
P.s.: Eu luto sempre por tua causa.
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