segunda-feira, 27 de abril de 2015

Saudade


Saudade do gargarejar do galo, do seu canto imperoso e absoluto
Do cheiro do curral, do galopar empolgante dos cavalos
Do aroma das flores do campo, das sensações agradáveis
Das paisagens tão belas esculpidas pela natureza
Das cachoeiras, das quedas d’água e dos rios límpidos

Saudade do silêncio do interior, tranquilizando a alma
Da pouca iluminação pra poder contemplar as estrelas
Do poder perder a conta tentando contá-las
Das brincadeiras de infância, das peripécias pueris
De comer frutas direto da árvore, sabor especial

Saudade de observar os agricultores com suas vidas diárias
De ouvir os gritos do padeiro na rua vendendo o nosso pão de cada dia
De ir com meu pai no parque da praça principal
E depois já cansado de brincar tomar um sorvete em sua companhia
De ir ao sítio no domingo, almoçar com toda família reunida
Dos encontros familiares, verdadeira festa para mim e para os primos

Saudade de tomar banho de açude com os amigos
Dos duelos pra saber quem chegaria à outra margem nadando
Do nosso joguinho de futebol que nos fazia se sentir grandes craques
De ouvir histórias macabras que muitas vezes me deixavam sem dormir
De receber o abraço carinhoso de minha mãe ao chegar do colégio
E de esperar a noite ansiosamente para brincar com os amigos

Saudade de ser criança e do meu interior
Que levo comigo em recordações inesquecíveis
Momentos bastante agradáveis que me fizeram descobrir
Que a saudade é um sentimento que nos faz reviver
Ainda que sejam na memória, momentos eternos.


Texto: Edvan Chaves (1mano amigo meu).
Pintura: “Galo”, Emile Tuchband.
por Gelson Bessa:.

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