segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Os Barcos"


(*) Pelas estreitas ruas deste apartamento
ando, canso, paro, olho pela janela e penso:

(...) Há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno
É dor, se há, tentava, já não tento
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor, se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal, faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho
Baldio é o meu terreno e meu alarde

São só palavras, texto, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreta o improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos.

("Os Barcos", Legião Urbana)
por Gelson Bessa:.

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