terça-feira, 30 de agosto de 2016

N'outro tempo

Buzinaços entram pelo ouvido,
ar poluído pelo nariz,
fumaça tóxica pela boca.
Sinto falta da força do teu abraço...
E do sustento do teu ombro.
Ficar em silêncio até gritar.
Compartilhar as dores, as raivas, os erros.
Falar de sentimentos, sem interrogação...
Até saber o que fazer com cada coisa.

O tempo não passa, ainda são dez pra seis.
O coração bate mais rápido que o ponteiro do relógio.
Busco os livros, sentar pra ler, sentir pra escrever.
Não consigo pensar em outra coisa.
Estou inerte ao som de Procol Harum, canções de poeta.
Nietzsche está morto, mas nós ainda temos a mesma idade.
E quem sabe Deus...  N'outro tempo.


Gelson Bessa:.

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