Certo dia apressado por um mendigo eu
passaria.
Era só mais um mendigo pra lista do
desprezaria.
Eu sabia quem eu era naquele dia, ou não
sabia?
Eita, não me lembro nem mesmo pra onde eu ia.
Nessa vida de agonia do nosso dia a dia...
Quem somos e pra onde vamos nessa correria?
Aquele mendigo era o único que sabia:
Qual era o dia, quem ele era e o que seria.
Se mendigos fôssemos o tempo pararia...
E não julgaria o que alguém já foi um dia.
Nem perguntaria:
O que é um poeta, o que seria a poesia?
Era um dia
Era um homem
Era um mendigo
Era um poeta...
Era poesia.
Gelson Bessa:.
(*)
Olhei o sol.
Me irritei.
E larguei a mão na cara dele.
No qual ele ficou
desacordado por 12 horas ininterruptas.
Dei um ponta-pé nos ovos da terra.
Afastei São Jorge
e mantive relações sexuais com a lua.
Pisoteei o cadáver de satanás.
Numa esquina encontrei com Deus
E saímos abraçados: rindo e cantando...
chovia.
(Mário Gomes)
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