domingo, 18 de dezembro de 2016

25 anos de Sonho, de Arte e de América do Sul...

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Escolheu passar a maior parte dos seus anos perto dos pássaros, do que desejando voar.

E não gosta de voar, tem medo de avião, como o genial Belchior numa canção, se é que cabe a comparação.

Não é fã de certos perigos da modernidade ou pós, não move uma pena por tais pensamentos, filosofias ou formas de vida. Nem muito menos despertou a tal mania de ser o que o não se é, ou a louca vontade humana de voar pra só então se sentir livre. Gosta do chão, da força da gravidade firmando seus pés no chão da vida. E se corre riscos é de carrão com destino ao interior do seu interior. E se sente o vento em suas asas de passarinho urbano é quando anda voado de motocicleta rumo ao litoral.

Sua cabeça é diferente da minha, seus pensamentos são outros, sua vida é na minha o complemento do que falta. Suas mãos me tocam a pele, sua voz e fala acalma, seus conselhos e forma de olhar as coisas chegam a alma, faz esquecer angústias, consola o choro, tranquiliza a mente.

É meu irmão mais novo, com idade de homem-menino, mas com alma de menino-homem. É um ser cheio de graça, até mesmo quando aperto suas mãos sujas de graxa, mãos de um filho da graça de Deus, do seu Raimundo e Dona Mazé, de cabeça inteligente, de gênio forte, artista inquieto na tarefa de criar, inventar, montar, desmontar, montar novamente as coisas na vida e as coisas da vida pra ele e pra quem estiver em sua volta, observando, respeitando, transformando.

Quase tudo que tenho em casa foi ele que fez, construiu, deu forma, tornou único. Entende meus quadros e traumas com furos em paredes. E sabedor de tantos outros, ao conversamos não me diz coisas óbvias demais, verdades óbvias que nada mudam, prefere escrever na areia a falar o óbvio, com suas mãos marcadas pelo trabalho diário, encontra solução pra quase tudo com sua arte, mostrando que é possível sonhar sem pirar, continuar vivendo nessa terra de gigantes, ouvindo o canto dos pássaros, sem querer ser maior, ou melhor, sem perder a identidade, imagem e semelhança do Pai.

(*) 
Por força deste destino um som do Amado Batista vai bem melhor que um Blues. (Rsrs...)

Meu maninho, parabéns!

Feliz-Idades muitas...

Te Amo!


Para Gerson Bessa:.
Por Gelson Bessa:.
15/Dezembro/16.

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